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domingo, 5 de maio de 2013

Entendendo o modelo OSI para melhorar a capacidade de resolver problemas em uma rede

Olá pessoal,


Neste novo post irei comentar o porque o entendimento da camada OSI nos possibilita melhorar a capacidade de resolver problemas em uma rede de computadores.

O modelo OSI é um padrão criado pela ISO cujo intuito foi viabilizar a interconectividade de sistemas heterogêneos de computação, criado em 1982. Em outras palavras, tal processo foi adotado devido a grandes problemas de incompatibilidade encontrados no surgimento da tecnologia de redes. Começaram a surgir vários fabricantes de dispositivos de redes sendo que nenhum se comunicavam entre si. Daí a grande necessidade de padronização para que haja comunicação entre estes dispositivos.

Conforme imagem abaixo, o modelo OSI é dividido em 7 camadas, sendo que cada uma delas são independentes entre si e executam somente suas funções, sem se preocupar com a função do vizinho.
Por exemplo, a camada física é responsável somente pela sinalização elétrica ou luminosa, não se preocupando com a camada 2 se a transmissão está livre de erros, ou não.


Para entendimento das camadas, começamos por onde tudo se inicia, ou seja a camada física.
Apenas ressaltando que irei dar uma explicação sucinta das camadas, para não deixar a leitura deste artigo cansativa. Para quem quiser se aprofundar no assunto sugiro a leitura das RFC  ( Request for Comments ), disponível em: http://tools.ietf.org/html/rfc1610

1) Camada física:  Ela trata dos meios de transmissão onde vai ser transmitido a informação, desde que ela exista fisicamente. Como exemplo de meio físico, temos par trançado, cabo coaxial ou fibra ótica.

2) Camada de Enlace: Ela é responsável por corrigir os quadros de transmissão. Ou seja, detecta e corrige possíveis erros. Esta camada já existe na placa de rede.

Podemos notar que entre a camada 1 e 2 tudo é nível eletrônico e a partir da camada de rede, é nível de software.

3) Camada de rede: Esta camada tem a função de executar o roteamento de pacotes através das redes. Podemos resumir esta camada em duas funções, sendo que a primeira é atribuir um identificador único numa rede, chamado de IP, endereçando as máquinas logicamente. Já a segunda, é fazer o roteamento de pacotes através das redes.

4) Camada de transporte: O nível de transporte inclui funções relacionadas com conexões entre máquina origem e máquina destino. Nesta camada surge o serviço orientado a conexão TCP e o não orientado a conexão, UDP. Podemos definir que o protocolo TCP garante que as informações serão entregues para o destinatário, pois a máquina de destino confirma que recebeu esta informação ao emissor e no caso de falhas, a máquina de destino procede ao emissor o pedido de retransmissão do pacote perdido.
Já o protocolo UDP não garante que a informação será entregue para o destinatário, pois não confirmação que o destinatário recebeu uma informação, ele é mais rápido, porém não confiável. Podemos relacionar o UDP como o streaming de vídeo, áudio, vídeo-conferência. Algumas vezes, numa vídeo conferência por exemplo, notamos uma perda da imagem / áudio por alguns milisegundos. Agora imagine que o transmissor parasse a transmissão e repetisse todas as informações que foram perdidas. Não seria muito agradável.

5) Camada de Sessão: Ela permite que duas aplicações executadas em computadores distintos possam estabelecer uma sessão de comunicação.  Ela traz a ideia de um vínculo de comunicação. Como exemplo, podemos relacionar as funções do RPC ( Remote Procedure Call ) e a parte de login de uma sessão SQL.

6) Camada de apresentação: Também chamada de tradução, ele é responsável por definir a sintaxe da informação, tratar da sintaxe do arquivo, por exemplo, PDF, DOC e adotadas técnicas de criptografia ( IPSEC ) e compressão.

7) Camada de aplicação: Esta camada propriamente dita faz referência ao software. È nesta camada que estão os serviços e protocolos que compõem os nossos aplicativos. Como exemplo, o Telnet, SMTP, FTP, banco de dados, navegadores, dentre outros.

Como podemos notar, não tem nada de decoreba ou de complexo entendimento a camada OSI. Para lembrarmos, podemos sempre fazer uma analogia da camada com um dispositivo ou aplicação, por exemplo: Camada Física - Cabos, conectores, HUBS. Camada de Enlace - Switch, placa de rede. Camada de Rede - Roteadores. Camada de transporte, portas TCP e UDP, etc.

O entendimento das camadas nos permitirá um melhor conhecimento e capacidade de realizar um troubleshooting de uma maneira mais eficiente e eficaz.

Na hora de resolver problemas em uma rede, sempre utilize a abordagem seguindo da camada mais baixa, ou seja, camada física para a mais alta, que é a camada de aplicação. Inicie investigando na camada física cabos, conectores por exemplo. Caso não resolva parta para a camada de enlace, investigando as portas de um switch, ou duplicação de MACS  na tabela MAC do switch. Em seguida, passe para a camada 3 e verifique o endereçamento IP, gateway, mascaras de redes e assim sucessivamente.


Até a próxima...